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CLASSIFICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS

a) INSETICIDAS:

 

a.1) ORGANOFOSFORADOS: Ex: Malathion, Diazinon, Nuvacrom, Parathion (Folidol, Rhodiatox), Diclorvós (DDVP), Metamidofós (Tamaron), Monocrotophós (Azodrin), Fentrothion, Coumaphós, outros.

 

a .2) CARBAMATOS: Ex: Aldicarb, Carbaril, Carbofuram, Metomil, Propoxur e outros.

 

a .3) ORGANOCLORADOS: Uso progressivamente restringido ou proibido. Ex: Aldrin, Endrin, BHC, DDT, Endossulfan, Heptacloro, Lindane, Mirex, Dicofol, Clordane, outros.

 

a .4) PIRETRÓIDES: Ex: Aletrina, Cipermetrina, Piretrinas, Tetrametrina,outros.

 

b) FUNGICIDAS:

 

Os principais grupos químicos são: Etileno-bisditiocarbamatos (Maneb, Mancozeb, Dithane (Manzate), Zineb, Thiram); Trifenil estânico (Duter, Brestan, Mertin); Captan (Orthocide e Merpan); Hexaclorobenzeno.

 

c) HERBICIDAS:

 

Os principais representantes são: Paraquat: (Gramoxone, Gramocil); Glifosato (Round-up, Glifosato Nortox); Pentaclorofenol; Derivados do Ácido Fenóxiacético: (2,3 diclorofenoxiacético ( Tordon 2,4 D) e 2,4,5 triclorofenoxiacético (2,4,5 T). A mistura de 2,4 D com 2,4,5 T é o agente laranja; Dinitrofenóis: Dinoseb e DNOC.

Outros grupos importantes compreendem: RATICIDAS, ACARICIDAS, NEMATICIDAS, MOLUSQUICIDAS, FUMIGANTES (Fosfetos metálicos e brometo de metila).

 

O uso de fertilizantes inorgânicos acarreta problemas para o meio ambiente, dentre eles a contaminação de lençóis freáticos, rios e lagos. Muitos dos fertilizantes levam poluentes orgânicos persistentes (POPs), como dioxinas e metais pesados em sua composição, que contaminam os animais e plantas que vivem na água. Outros animais ou o próprio ser humano podem se contaminar ao beber a água ou comer animais intoxicados”, afirma Douglas.

 

A contaminação da água também pode levar à sua eutrofização. Esse é um processo em que, os compostos nitrogenados ou fosfatados, ao chegarem à rios, lagos e zonas costeiras favorecem o crescimento e o aumento de número de algas, levando à diminuição do oxigênio e à morte de diversos organismos. Mesmo os fertilizantes orgânicos podem conter microrganismos patogênicos que contaminam as águas.

 

Em relação aos agrotóxicos, segundo o Ministério da Saúde, entre 2007 a 2014, 34 mil notificações de intoxicação por agrotóxicos foram registradas no Brasil. Segundo o Dossiê da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), entre 2000 e 2012, o uso de agrotóxicos cresceu 288% no país. Quando utilizados inadequadamente, em excesso ou próximos da época de colheita, os agrotóxicos podem acarretar, riscos à saúde dos aplicadores e dos consumidores, causando intoxicações, mutações genéticas, câncer e morte. Além disso, pesticidas químicos também são aplicados no transporte e armazenamento, aumentando mais ainda a possibilidade de danos à saúde.

 

O comportamento do agrotóxico no ambiente é bastante complexo. Um agrotóxico, quando utilizado, independentemente do modo de aplicação, possui grande potencial de atingir o solo e as águas, principalmente devido aos ventos e à água das chuvas, que promovem a deriva, a lavagem das folhas tratadas, a lixiviação e a erosão. Assim no momento da utilização, os agrotóxicos podem ser depositados no solo por várias formas:

 

1) pela aplicação direta do produto utilizado no controle de insetos, doenças ou plantas daninhas;

2) através da utilização de água contaminada para aplicação de produtos químicos ao solo;

3) contaminação pelo contato do solo com embalagens contaminadas, depositadas indevidamente sem a realização da tríplice lavagem;

4) contaminação através da deriva de produtos aplicados sobre as culturas, principalmente quando tal aplicação é realizada via pulverização aérea;

5) deposição sobre o solo devido à volatilização e posterior precipitação, processo que pode ocorrer com algumas classes de herbicidas;

6) pela contaminação do solo proveniente da dessecação de culturas de cobertura e sua posterior incorporação. A poluição do solo e da água com resíduos de agrotóxicos provoca efeito em todos os seres vivos, independente do lugar que ocupam em uma cadeia alimentar. Entre as cadeias alimentares são conhecidas as diversas sequências de alimentação que ocorrem nos ecossistemas.

 

 

Segundo Marcelo Augusto Boechat Morandi, que atua no Departamento de Meio Ambiente - Embrapa, em curto prazo, os produtores terão bons resultados com o aperfeiçoamento de práticas já adotadas com o modelo tradicional. O monitoramento integrado de pragas e doenças, o aperfeiçoamento da tecnologia de aplicação de defensivos, a capacitação de técnicos e produtores e a restrição de produtos altamente tóxicos, podem contribuir para a redução do consumo de agrotóxicos.

Marcelo recomenda ainda a integração e substituição de insumos agrícolas e práticas convencionais por práticas mais sustentáveis. Como exemplo, ele sugere plantio direto de culturas, fixação biológica de nitrogênio e a integração de lavoura, floresta e pecuária. Adotando um sistema produtivo que funcione em processos ecológicos, zoneamento adequado para cultivo de cultura certa no lugar e época corretos, com valorização dos ecossistemas, bem como atualização da grade de formação dos profissionais agrários com visão ecológica. Outra alternativa controle biológico com a utilização de parasitoides das pragas, inseticidas biológicos, feromônios de atração em armadilhas, dentre outros métodos.

 

O papel da fertilização

 

Os fertilizantes tem grande importância na cultura agrícola, e o Mestre em Bioquímica pelo instituto de ciências da Unesp Douglas Monte Conceição, explica quais são três tipos existentes. Veja abaixo a classificação e função de cada um deles:
 
  • Fertilizante mineral: produto de natureza fundamentalmente mineral, natural ou sintético, obtido por processo físico, químico ou físico-químico, fornecedor de um ou mais nutrientes das plantas.
  • Fertilizante orgânico: produto de natureza fundamentalmente orgânica, obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou controlado, com base em matérias-primas de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou animal, enriquecido ou não de nutrientes minerais.
  • Fertilizante organomineral: produto resultante da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos.
 
Os compostos químicos presentes nos fertilizantes, dividem-se em duas categorias: macronutrientes (carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, sódio, silício e cobalto). Se o solo não tiver os nutrientes mencionados a cima, mesmo os menos necessários, há prejuízo no crescimento e no desenvolvimento da planta. As deficiências mais comuns são de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), daí a fórmula básica dos fertilizantes, NPK.
 
Como importante componente das proteínas e da clorofila, o nitrogênio é um dos maiores responsáveis no aumento da produtividade agrícola. O fósforo é responsável pelos processos vitais das plantas, pelo armazenamento e utilização de energia, promove o crescimento das raízes e a melhora da qualidade dos grãos, além de acelerar o amadurecimento dos frutos. O potássio é responsável pelo equilíbrio de cargas no interior das células vegetais, inclusive pelo controle da hidratação e das doenças da planta.
 
Segundo o Bioquímico, entre os anos de 1992 e 2012, o consumo mais que dobrou, pulando de 70 quilos por hectare para 150 quilos por hectare vinte anos depois. Segundo a Petrobras, 70% dos fertilizantes nitrogenados são importados de países como a Rússia e os EUA. Da produção nacional, a empresa é responsável por 60%.
 

AGROTÓXICOS

Em pesquisa, a Embrapa constatou que pela quantidade total elevada de agrotóxicos usados, algumas culturas agrícolas merecem atenção, não por esses produtos serem aplicados intensivamente por unidade de área cultivada, e sim por essas culturas ocuparem extensas áreas no Brasil, como é o caso da soja, do milho e da cana-de-açúcar. Essas culturas apresentam-se como fortes potenciais de contaminação pelo uso de agrotóxicos em grandes áreas. Outras culturas agrícolas, apesar de ocuparem áreas pouco extensas, destacam-se pelo uso intensivo de agrotóxicos por unidade de área cultivada, como as culturas de tomate e batata.
A utilização de agrotóxicos é a 2ª maior causa de contaminação dos rios no Brasil, perdendo apenas para o esgoto doméstico, segundo dados do IBGE. Atualmente o Brasil utiliza 19% de todo defensivo agrícola produzido no planeta, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a tabela.

 

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